U-507: Um submarino alemão em águas brasileiras

Por Elísio Gomes Filho

Cerca de um mês antes do U-507 ter massacrado a Marinha Mercante brasileira, afundando cinco navios em menos de três dias (Baependi, Araraquara, Aníbal Benévolo, Itagiba e Arará), – essa unidade corsária que de forma inumana entrou para as páginas da história nacional – havia participado da operação de salvamento dos sobreviventes do navio inglês Lacônia.

Mas diga-se a bem da verdade, que foi somente pelo fato de existir italianos entre os náufragos, que o nosso conhecido capitão Schacht se deslocou para o local onde o navio inimigo fora torpedeado. Mas quando Schacht informou que havia recolhido mulheres e crianças a bordo, dando comida quente e água às pessoas que estavam nos botes, o Comando Geral dos Submarinos do Eixo respondeu:

“Sua conduta foi errada. Os submarinos foram enviados para ajudar italianos, e não para salvamento de ingleses e poloneses.”

Ora, no Comando Geral dos Submarinos, se encontrava o almirante Karl Doenitz. O Lacônia de 19.965 toneladas, além da tripulação de 463 homens, incluía o transporte de 1.800 italianos, prisioneiros de guerra. Esses homens eram provenientes do Norte da África, onde haviam sido capturados. Somando-se à tripulação estavam 286 militares ingleses, 103 poloneses e 80 passageiros civis, incluindo mulheres e crianças. O navio estava armado com vários canhões. Portanto o Lacônia era um alvo legítimo, seja porque estava artilhado, seja porque transportava tropas – tarefa que já tinha feito em viagens anteriores.

O comandante Harro Schacht

O torpedeamento do Lacônia foi feito pelo U-156, que sob o comando do capitão-tenente Werner Harstenstein, afundou o navio inglês no centro-sul do Atlântico, entre a costa ocidental africana e o Brasil, em 12 de setembro de 1942. O tempo estava claro e o mar calmo. E o grande navio naufragou lentamente, dando tempo para que todos se salvassem (diferentemente do que aconteceu com os passageiros dos navios brasileiros torpedeados pelo U-507) exceto os prisioneiros italianos, que lutaram em vão para deixar o porão. A maioria deles, encerrada na prisão, não puderam escapar da morte, mas uns quinhentos homens conseguiram escapulir depois de enfrentar os guardas poloneses.

Devido o adernamento do Lacônia, muitos botes salva-vidas e balsas não puderam ser baixados. O capitão Hartenstein navegando na superfície, verificou que centenas de sobreviventes pereceriam nas águas infestadas de tubarões se medidas de salvamento não fossem tomadas por ele. E para seu espanto, ouviu gritos de socorro em italiano e descobriu que se tratava de um grande número de súditos de Mussolini. De imediato Hartenstein telegrafou ao Chefe do Comando da Força de Submarinos, o Almirante Karl Doenitz:

“Afundado…o Lacônia…infelizmente com 1.500 (hoje já se sabe que se tratavam de 1.800) italianos prisioneiros de guerra. Até agora recolhemos 90. Peço instruções”.

Diante do infortúnio que se encontravam os soldados de Mussolini, Doenitz enviou a mensagem a dois submarinos, o U-506 e o U-507, para que participassem da operação de salvamento.Um submarino italiano – o Cappellini – também foi enviado para lá. E o governo de Vichy foi solicitado a enviar navios de superfície que estavam posicionados em Dacar – África.

O capitão Hartenstein obteu a permissão de Doenitz para que enviasse uma mensagem pelo rádio em inglês en clair, garantindo a segurança de qualquer navio aliado que se prestasse a ajudar no salvamento, desde que não atacassem seu submarino. O U-156 conseguiu recolher 260 sobreviventes a bordo, salvando tanto amigos, como inimigos; metade deles foi transferida para o U-506 que chegou da área de Freetown um dia depois. O U-507 chegou logo depois e tirou das águas, 157 náufragos, lançando salva-vidas e juntando-os no tombadilho. Cada um dos três submarinos rebocou uma fileira de botes, e o U-156 hasteou uma bandeira da Cruz Vermelha, de quatro metros quadrados, para identificar a operação de salvamento.

Prisioneiros italianos a pão e água

Prisioneiros do submarino

Logo um Liberator norte-americano tendo localizado o U-156, voou sobre o local, e depois de fazer círculos sobre o submarino e os botes que estavam a reboque, desapareceu na linha do horizonte. Ao voltar, meia hora depois, o bombardeiro quadrimotor lançou cinco bombas sobre U-156, apesar de Hartenstein ter declarado pelo rádio que tinha ingleses a bordo, e dos sinais de um oficial da RAF que estava num dos botes, usando para isto uma lâmpada Aldis. Entretanto, uma bomba atingiu um bote, uma segunda emborcou outro, matando e ferindo os náufragos, e o U-156 por sua vez acabou sendo avariado por uma bomba que o atingiu à meia-nau. Consta que o avião, voando a baixa altura em seu primeiro bombardeio era um alvo fácil para as baterias antiaéreas do U-156, mas Hartenstein proibiu que as armas fossem utilizadas, embora voltasse atrás em sua decisão quando o Liberator despejou as duas últimas bombas sobre o submarino. O capitão Hartenstein então telegrafou a Doenitz:

“Periscópios avariados. Interrompido salvamento; todos fora de bordo, navegando direção oeste…”

Assim os sobreviventes do Lacônia tiveram que voltar à água, e Hartenstein teve de usar o que chamou de “força suave” para convencer alguns dos atemorizados italianos a deixarem o interior do submarino. Não foi fácil o comandante alemão tomar essa decisão, uma vez que os italianos encontravam-se magros e enfraquecidos, ou seja, estavam em péssimas condições físicas, uma vez que estavam há vários dias sob ração de pão e água por terem desobedecido à ordem de não fumar no Lacônia e por terem tentado arrombar a despensa do navio. Os devidos reparos de emergência foram feitos no U-156 e ele permaneceu na área.

Na França, Doenitz teve de tomar uma difícil decisão. Hitler recebeu cópias da troca de mensagens com os comandantes dos submarinos. O líder nazista, sem dúvida, só aprovara a operação à vista do apaziguante efeito sobre as complicadas relações germano-italianas, mas se um dos submarinos fosse danificado ou afundado, Doenitz teria de assumir total responsabilidade pela perda da vida de marinheiros alemães. No começo da operação, o Almirante Kurt Fricke, telefonando de Berlim a Doenitz que estava em seu quartel-general em Paris, disse-lhe:

“O Fuehrer foi informado do caso Lacônia. Está muito aborrecido e pede-lhe urgentemente que, se continuar as operações de salvamento, não exponha a nenhum risco os submarinos…a nenhum risco absolutamente”. 

Do outro lado, muitos dos homens ligados ao comando de Doenitz se opuseram a que se continuasse a operação depois que o U-156 fora atingido, mas consta que ele assim replicou:

“Simplesmente não posso jogar essas pessoas na água. Continuarei a agir como antes.”

Certamente Doenitz estava preocupado era com o destino dos italianos, e não com o dos ingleses e, muito menos com o dos poloneses, uma vez que ele travava uma guerra de acordo com os brutais e deliberados cânones inumanos do arraigado espírito militarista alemão do século XX. Basta mencionar que Doenitz havia escrito a Hitler, em 14 de maio de 1942, pedindo-lhe prioridade para aperfeiçoar os torpedos porque desta forma os navios atingidos afundariam mais rapidamente impedindo o salvamento das tripulações inimigas.

O Almirante fazia essa exigência, porque ele sabia que as tripulações de mercantes precisavam de um razoável período de treinamento, e se um maior número de tripulantes fossem colocados fora de ação pela morte, a guerra submarina adquiriria maior eficiência.

Doenitz ordenou a Hartenstein que parasse as operações de salvamento; os comandantes Wuerdemann e Schacht, no U-506 e no U-507, que conduziam sobreviventes, continuaram seus contatos com os navios franceses que zarparam de Dacar. Doenitz comunicou a Hartenstein:

“Pare salvação. Confira combustível, torpedos, suprimentos e equipamento, depois comunique.”

Esta mensagem foi seguida de um aviso aos outros submarinos:

“Tommy é um porco, a salvação do submarino não deve, sob nenhuma circunstância, ser arriscada mesmo que as operações de salvamento tenham de parar. Lembrem-se de que essa proteção de submarinos pelo inimigo está completamente excluída. Schacht e Wuerdemann dêem suas posições.”

Schacht respondeu que tivera a bordo um oficial inglês, dezesseis crianças e quinze mulheres, e estava rebocando sete botes com 330 sobreviventes. Wuerdemann tinha 142 italianos a bordo, além de nove mulheres e crianças.

A ordem Lacônica: o assassinato de sobreviventes.

No dia 17 o U-506, com 151 sobreviventes, foi atacado por um hidroavião. Três bombas detonaram perto do submarino, mas este mergulhou em tempo para atingir uma profundidade de sessenta metros e não sofreu nenhuma avaria. Diante desse novo ataque, Doenitz deu outra ordem, dizendo aos dois comandantes que somente os italianos deveriam ser conservados a bordo. O capitão Schacht pôs seus passageiros ingleses em botes, com exceção de dois oficiais que conservou prisioneiros. Depois providenciou abordagem em algum lugar, onde deixou os italianos, e forneceu aos navios franceses a posição dos sobreviventes. Já o capitão Wuerdemann entregou todos os seus passageiros ao navio francês Annamite.

Ataque ao U-507

O governo de Vichy, tomando a decisão de enviar seus navios ao encontro dos alemães, facilmente teria conseqüências nada agradáveis, se os seus navios fossem avistados pelos ingleses. Mas apesar do risco, os navios, as chalupas Annamite e Dumont-d’Urville e o cruzador Gloire, foram destinados a navegar para o local e cumpriram suas missões sem incidentes, embora o capitão do Gloire tenha passado por momento delicado quando um Sunderland se aproximou de seu navio.

A operação de salvamento como tal foi um sucesso, pois um total de 1.039 homens, mulheres e crianças foram levados para bordo do Glorie, 42 para o Annamite. Os outros foram levados pelos submarinos ou por botes. O submarino italiano, o Cappelline salvou cerca de 70 pessoas, algumas delas vieram a falecer em conseqüência dos ferimentos causados pelas mordidas de tubarões ou de exaustão; o restante foi transferido para o Dumont-d’Urville, que recebeu oito sobreviventes a bordo (dois ingleses e seis italianos).

De 103 poloneses, 73 foram salvos, assim como 450 dos 1.800 italianos, alguns dos quais morreram quase imediatamente. No desembarque em Casablanca e Gibraltar os capitães dos submarinos alemães receberam demonstrações de gratidão dos sobreviventes. Eles haviam cedido os camarotes dos seus oficiais para mulheres e crianças, e providenciado creme de barbear, água-de-colônia e todo o conforto de que podiam dispor aos inimigos. As tripulações dos submarinos, inclusive do U-507, não fizeram nenhuma distinção quanto à nacionalidade das pessoas que tiraram das águas, muito embora, como já dito acima, a mensagem de Doenitz para deslocar submarinos dos seus campos de caça para uma operação de salvamento, e a tácita aprovação de Hitler, só podem ser atribuídas à presença de italianos a bordo do Lacônia.

Em 17 de setembro e novamente no dia 20, como resultado do bombardeio sofrido pelo U-156, Doenitz enviou uma ordem a todos os comandantes dos U-boats: Sob nenhuma circunstância, deveriam tentar salvar ou dar qualquer ajuda de botes às vítimas dos torpedeamentos. Isso acarretou a mais séria acusação levantada no tribunal de Nuremberg contra Doenitz, ou seja, quando expediu a chamada “Ordem Lacônia”, ele declarava que o salvamento de tripulantes sobreviventes, depois de um afundamento, era contrário aos mais primitivos requisitos de autopreservação. A celeuma causada pela “Ordem Lacônia” atingiu grandes proporções. Era voz geral entre os aliados que a ordem de Doenitz determinava, em última análise, o assassinato dos sobreviventes.

Mas depois da guerra, o Tribunal Militar Internacional de Nuremberg verificou não ter sido este o caso, e Doenitz foi inocentado da acusação.

Naquela cínica conjuntura, o Brasil estava longe de ser um país pacífico semanas antes do afundamento do Lacônia, precisamente no dia 7 de agosto de 1942, Doenitz tomou uma decisão que mudaria a História Contemporânea do Brasil: o U-507 recebeu por rádio a mensagem para usar “manobras livres” na costa brasileira. De modo que o submarino comandado pelo capitão-de-fragata Harro Schacht então com 35 anos, afundou cinco navios brasileiros de cabotagem nos litorais da Bahia e Sergipe, acarretando a morte de mais de 600 pessoas, inclusive de mulheres e crianças. Diga-se agora e a bem da verdade que a grande mortandade ocorrida nos afundamentos do Baependi, do Araraquara e do Aníbal Benévolo foi devido ao tipo de ataque devastador desfechado pelo comandante Schacht, ou seja, lançando dois torpedos um após outro, levou aqueles navios ao fundo em questões de minutos e isso debaixo de uma noite escura e de um mar revolto. Em outras palavras, a maioria dos tripulantes e passageiros daqueles navios não tiveram a oportunidade de abandonar os navios devido ao rápido afundamento.

O capitão Schacht sabia mais do que ninguém que lançando um torpedo após outro, viria causar o maior número de vítimas fatais entre os passageiros dos navios brasileiros.

Para se ter uma idéia da dimensão da atrocidade cometida pelo U-507, somente uma baleeira do Baependi, com apenas 28 sobreviventes atingiu a costa no dia seguinte. E apenas oito náufragos, agarrados em destroços de madeira, lograram alcançar a terra dois dias após o ataque. Portanto, das 305 pessoas que estavam a bordo do famoso navio do Lloyd Brasileiro, pereceram 269. Já entre os 142 ocupantes do Araraquara, 131 morreram.

Tanto mais pior ocorreu com o Aníbal Benévolo, pois morreram todos os seus 83 passageiros e apenas quatro dos 71 tripulantes, sobreviveram. Foi uma matança sem igual, porquanto até fins de julho de 1942, a Marinha Mercante brasileira de longo curso tinha perdido onze navios com 135 vítimas fatais.

Obviamente, o massacre ocorrido em águas territoriais brasileiras provocaria grande consternação entre o povo brasileiro. A indignação foi geral. Em várias cidades houve violentas manifestações populares contra súditos do Eixo e suas propriedades. Tanto o governo autoritário do Estado Novo quanto a opinião pública que vivia manietada pelo DIP, consideraram indispensável uma reação. O Brasil seria lançado definitivamente na Segunda Guerra Mundial. No Rio de Janeiro, a notícia, divulgada no dia 18, desencadeou uma série de passeatas e comícios populares, onde os cariocas exigiam retaliação. No fim da tarde, uma massa popular se dirigiu para o Palácio do Itamaraty – sede do Ministério das Relações Exteriores – clamando pelo chancelar Oswaldo Aranha, que apareceu na sacada do edifício para exclamar:

“A situação criada pela Alemanha, praticando atos de beligerância, bárbaros e desumanos contra a nossa navegação pacífica e costeira, impõe uma reação à altura dos processos e métodos por eles empregados contra oficiais, soldados, mulheres, crianças e navios do Brasil. Posso assegurar aos brasileiros que me ouvem, como a todos os brasileiros, que, compelidos pela brutalidade da agressão, oporemos uma reação que há de servir de exemplo para os povos agressores e bárbaros, que violentam a civilização e a vida dos povos pacíficos.”

Mas em verdade o Brasil naquele momento estava longe de ser um país pacífico. Vide o que a FAB estava fazendo em maio de 1942, ao atacar os submarinos italianos que estavam posicionados ao longo da costa nordeste brasileira.


Elísio Gomes Filho é mergulhador, escritor e historiador, sendo autor de livros sobre tragédias marítimas e foi fundador do Museu Histórico Marítimo do Cabo Frio (1987) e do Museu Histórico Marítimo de Armação dos Búzios (2001), cujos acervos foram doados ao Museu Oceanográfico de Arraial do Cabo.

Entre suas pesquisas, encontra-se aquela que veio elucidar o caso do desaparecimento do barco-de-pesca “Changri-lá”, sobre o qual descobriu que a pequena embarcação brasileira foi atacada pelo U-199 em julho de 1943. Hoje, os nomes dos dez pescadores do “Changri-lá” encontram-se, imortalizados, no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial no Aterro do Flamengo.


Bibliografia consultada:

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Arquivo Histórico do Ministério do Exército – Edifício Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Coletânea de documentos do Inquérito Policial Militar sobre os torpedeamentos de agosto de 1942.

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Gama, Arthur Oscar Saldanha. A Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro, CAPEMI Editora, 1982.

Hilton, Stanley. Oswaldo Aranha – Uma Biografia. Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 1994.

Huck, Hermes Marcelo. Da guerra justa á guerra econômica. São Paulo, Editora Saraiva, 1996.

Leite, Mauro Renaut e Júnior, Novelli. Marechal Eurico Gaspar Dutra. O dever da verdade. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira,1983.

Moura, Nero. Um vôo na história. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas Editora, 1996.

O Brasil e a Segunda Guerra Mundial – volume II. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, Ministério das Relações Exteriores, 1944.

Mason, David. Submarinos alemães – a arma oculta – número 8. Rio de Janeiro, Editora Renes, 1975.

Navigator – Subsídios para a história marítima do Brasil – número 18. Rio de Janeiro, SDGM, Ministério da Marinha, 1982.

Revista Marítima Brasileira – Ano LXX1 – outubro-dezembro de 1951. Rio de Janeiro, Imprensa Naval, Ministério da Marinha, 1952.

Rhodes, Richard. Mestres da Morte. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, 2003.

Seintenfus, Ricardo. O Brasil vai a guerra. São Paulo, Editora Manole, 2003.

Pedrosa, J. F. Maya. O enigma dos submarinos – Nordeste do Brasil, 1942. Maceió-São Paulo, Edições Catavento, 2001.

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