Em Setembro de 1939 o Exército Francês ataca a Alemanha pelo oeste.
A II Guerra Mundial na Europa tinha uma semana quando o afiado exército Francês cruzou a fronteira da Alemanha. Em 7 de Setembro, 1939, o grande temor dos generais Alemães de uma guerra de duas frentes parecia ter sido realizado. Era inconcebível que os Alemães pudessem se opor efetivamente contra o poderoso exército Francês com a Wehrmacht completamente engajada na Polônia.
Enquanto os bombardeiros de mergulho Ju-87 Stuka Alemães despendiam-se em íngremes mergulhos sob os alvos Poloneses, o general Francês Maurice Gamelin dirigiu seu Terceiro, Quarto e Quinto exércitos iniciando a Operação Saar. Os exércitos Franceses marcharam para dentro de Cadenbronn e para as saliências da floresta Wendt, onde a fronteira Alemã furava inconfortavelmente a França. As unidades leves de reconhecimento cruzaram a margem em 7 de Setembro, seguida dois dias depois pelas forças de infantaria pesada e mecanizadas.
Curiosamente, não houve absolutamente nenhuma reação Alemã, e os soldados Franceses ultrapassaram a pé as desguarnecidas posições inimigas. A muito vangloriada Linha Siegfried parecia abandonada. Apesar de seu início agressivo, a sondagem Francesa no Saar desenvolveu-se em um vagaroso passeio no qual os soldados e oficiais Alemães foram capazes de reunir seus pertences e partir com o avanço das legiões de Gamelin. Em outras áreas de qualquer lado da margem da incursão Francesa, os oficiais da alfândega Alemães e Franceses conversavam sob suas barras de madeira das barricadas de estrada com se nada estivesse acontecendo. Apesar da declaração de guerra, as cidades fronteiriças na França continuaram recebendo um ininterrupto suprimento de eletricidade das estações de energia Alemãs. A nova guerra Européia, parecia, ser um lamento distante da horrível matança da I Guerra Mundial, 25 anos antes.
Ao longo das aldeias Alemãs, os poilus acharam curioso os anúncios orientando com mensagens impressas como: “Soldados Franceses, nós não temos nenhuma disputa com vocês. Nós não atiraremos a não ser que vocês comecem.” Ao invés de lançar projéteis de artilharia, os Alemães estacionaram furgões com alto-falantes lançando mensagens de propaganda em direção às linhas Francesas ou erguendo outdoors orientando com mensagens de paz e benevolência.
Porém, os soldados Franceses também receberam saudações letais. Durante sua retirada vagarosa, os Alemães saturaram a fronteira com explosivos. Campos foram minados, portas estavam com armadilhas de bombas e alguns dos sinais do Nacional Socialismo (Nazistas) nas paredes abrigaram explosivos escondidos. A mera insinuação de um obstáculo explosivo era o suficiente para deter o avanço de lesma Francês por dias. Em um caso o General Gamelin pessoalmente ordenou os soldados limpar um caminho através de um campo minado suspeito conduzindo uma manada de porcos através dele. A rápida sucessão de detonações e a carnificina resultante não inspirou os soldados à avançar profundamente no Reich.
Em 9 de Setembro, duas divisões motorizadas, cinco batalhões de tanques e a artilharia tinham se amontoado em um pedaço do território ocupado Alemão. Apesar da opressiva potência de fogo, a maior parte das forças de Gamelin permaneceu dentro da vista do território Francês. Seus tanques, quando empregados todos, foram comprometidos em pequenas incursões, de companhias nos pontos fortes da fronteira Alemã ou casamatas desocupadas enquanto os VIPs da França assistiam de uma distância segura.
Em 1939 o exército Francês possuía alguns dos melhores tanques do mundo. Mecanicamente seguros e com bom armamento, os tanques tinham uma espessura de blindagem melhor que qualquer tanque Alemão, e as tripulações estavam bem treinadas. Se houve qualquer negligência na doutrina de tanques Francesa, ela foi relacionada a maneira que os blindados seriam empregados. Sem o treinamento em larga escala de manobras de tanques, a França tendeu a empregar seus blindados em pequenos, gradativos ataques sem coordenação de infantaria, artilharia e operações da força aérea.
Nos casos raros quando os tanques Franceses se arrastaram através da fronteira dentro do alcance das armas inimigas, as granadas anti-tanque Alemãs de 37 mm saltavam inofensivamente para longe dos tanques blindados de 33-toneladas Char B1 bis. Os tanques Franceses em sua vez atiraram de volta com os projéteis de 47 mm de alta velocidade montados na torre e os canhões de 75 mm dos cascos. As trocas de tiros isoladas, porém, usualmente terminavam em uma retirada. Os Alemães recolocariam seus canhões de pequeno calibre enquanto os tanques Franceses retiravam-se para uma linha de proteção de infantaria. Estas curtas trocas trouxeram luz a uma séria falha de projeto nos blindados Franceses. O Char B1 bis tinha as aberturas de seu radiador no lado, em um ponto onde um tiro de um anti-tanque de pequeno calibre poderia colocar o tanque fora de ação.
Tivesse a Inteligência Militar Francesa conhecimento de que não havia absolutamente nenhum Panzer de frente a eles, a situação poderia ter sido diferente. Não somente não havia nenhum blindado alemão localizado a oeste do Reno, como a Wehrmacht não possuía nenhuma arma anti-tanque capaz de derrotar os blindados invasores. A poderosa defesa Alemã demonstrou ser a blitzkrieg que os jornais cinematográficos mostravam que intimidou e enganou a Inteligência Francesa.
Contrário à propaganda Nazista que alegava ilimitado potencial militar, o exército Alemão carecia de equipamento de combate. As unidades estavam drasticamente com poucas metralhadoras, pistolas metralhadoras, artilharia e tanques. A vangloriada força Panzer numerava uns meros 200 tanques médios Mark IV… os mais modernos blindados no inventário Alemão… que estavam armados com as armas de baixa velocidade de 75 mm. O resto da força consistia dos apressadamente produzidos tanques leves Mark II com canhões de 20 mm e metralhadoras montadas na torre e até mesmo mais ligeiramente blindado que o Mark I, montado somente com duas metralhadoras. O melhor destes tanques leves, originalmente afastados dos exercícios de treinamento até que os tanques pesados se tornaram disponíveis, é que eram apropriados para o reconhecimento mecanizado. Por esse tempo as unidades blindadas poderiam correr rapidamente para a Frente Ocidental, e a França já poderia ter ocupado a Renânia.
A escassez Alemã de transporte motorizado resultou na obtenção de última hora pela Wehrmacht de veículos de todos modelos e descrições. A aquisição apresada do exército Alemão de um adicional de 16,000 veículos civis aumentou a sua carga de manutenção. Muitos desses veículos vieram das recentes aquisições da Áustria e Checoslováquia. O problema de aquisição de peças sobressalentes para caminhões cresceu para proporções de pesadelo, como lá havia 100 tipos diferentes de caminhões em serviço no exército, 52 tipos de automóveis e 150 tipos diferentes de motocicletas. Como resultado, muitas das tropas de reconhecimento da Wehrmacht viajavam em motocicletas com carrinhos laterais pintados em esquemas de pinturas civis brilhantes.
Aceitando um risco calculado, Hitler despojou as defesas do Ocidente em uma tentativa de garantir uma opressiva vitória no leste. O que permaneceu a oeste do Reno dificilmente seria suficiente para deter um determinado ataque inimigo. Enquanto as batalhas assolavam a Polônia, 43 diluídas divisões Alemãs estavam estendidas na fronteira Alemã Ocidental, da Dinamarca à Suíça. No Saar, o Primeiro Exército Alemão comandado pelo General Erwin von Witzleben contava com 13 divisões vazias sob seu comando.
A ameaça de uma agressiva ofensiva Francesa atormentava o comandante do Primeiro Exército diariamente. Witzleben, que tinha de fato se retirado do serviço alguns anos antes, quase não servia para um comando de campo. O general constantemente encontrava em si mesmo uma tarefa não inspirada, e a guarnição do Saar não era uma exceção. A defesa de Witzleben foi dificultada por uma carência de armas anti-tanques e artilharia e a realidade é que suas divisões de infantaria eram de baixa qualidade e equipadas com metralhadoras da I Guerra mundial. Os adversários de Witzleben eram 10 divisões Francesas completamente equipadas ancoradas nas formidáveis defesas da linha Maginot.
Criada por André Maginot, um veterano de guerra e ministro Francês da guerra até sua morte em 1932, a linha Maginot foi a mais elaborada e cara seqüência de fortificações já construídas. Os Franceses tinham estudado a viabilidade de uma barreira defensiva permanente enfrentando a Alemanha depois do fim da I Guerra Mundial, usando as fortalezas de Verdun como modelos. O primeiro pagamento do projeto de $500 milhões foi aprovado pelo parlamento em 1929, e os trabalhos começaram em 1930.
A construção da linha fortificada não foi somente um resultado da intranqüilidade que no pós I Guerra Mundial os Franceses sentiam de seus vizinhos orientais. Em 1928, a Alemanha e seus impotentes 100,000 homens do exército do tempo de paz, o Reichswehr, posava de pequena ameaça para a França; nem poderiam os Alemães forçar os exércitos Franceses, Britânicos e americanos para fora da ocupada Renânia. Os assuntos domésticos Franceses também incitaram a militarização da região. Em 1928, as províncias Francesas da Alascia-Lorena… que tinham sido perdidas para a Alemanha no tratado de paz que encerrou em 1870 a Guerra Franco-Prussiana e tinha sido recuperada pela França através do Tratado de Versalhes, que encerrou a I Guerra Mundial… agora solicitavam se tornar regiões autônomas. A opinião destas províncias ricas em recursos… tão recentemente ganhas à um custo inacreditável… deixando a França novamente era intolerável. Maginot dirigiu a construção da linha como uma lembrança permanente às áreas submissas. Entretanto, a maioria propôs que a linha ocupasse uma região da França habitada por aproximadamente um milhão de Alascianos de língua Alemã.
A linha Maginot complementou as fortificações existentes defronte a Alemanha e foi particularmente mais forte no corredor de Saarbrücken-Metz, a rota mais direta para Paris. Na Alascia-Lorena a linha Maginot levou 10 anos para ser construída a um custo de $323 milhões. As principais fortificações foram completadas em 1935, e 300,000 soldados a guarneciam.
Como a maioria das contingências defensivas, a mentalidade de Maginot se enfocou numa barreira concreta como uma manta de segurança. Muito da potência de fogo, porém, foi negada já que as operações na Alemanha colocaram os alvos fora do alcance efetivo da artilharia pesada. Para ser de algum uso, as armas da Maginot teriam de ser avançadas.
Com as experiências da I Guerra Mundial como a sangrenta defesa de Verdun frescas em suas mentes, a França estava relutante em desocupar as fortificações em favor dos apressados ataques contra a Linha Siegfried Alemã.
A construção da Muralha Ocidental, ou Linha Siegfried como era popularmente chamada pelos Aliados, começou em 1936 seguindo na incontestável ocupação militar Alemã da Renânia. Fortes e casamatas estendiam-se da fronteira Suíça aos Países Baixos. As fortificações mais pesadas foram construídas ao redor de Saarbrücken, onde alguns postos avançados da Francesa Maginot assentavam somente a 100 metros da fronteira Alemã. Como centro de defesa, a cidade industrial de Saarbrücken era militarmente significante porque era uma porta para a Brecha de Kaiserslautern, um rota de invasão tradicional.
A Brecha de Kaiserslautern conduzia diretamente para a cidade de Worms, no Rio Reno. Percebendo a importância desta rota pelo Saar, os Alemães organizaram as defesas de sua Muralha Ocidental em três profundos cinturões. A primeira linha foi espalhada em ambos os lados do Rio Saar consistida de obstáculos anti-tanques e bunkers espalhados, casamatas e campos minados padrões. Onde quer que fosse possível, as fortificações foram construídas em fábricas existentes e instalações preparadas. A mais pesada concentração de minas e armadilhas de bombas foi encontrada nesta linha.
O segundo cinturão de defesa pontilhou o Hunsrück, uma séries de montanhas se estendendo a leste quase no Reno, formando uma barreira natural para o coração da Alemanha. Em seu terreno desigual, o segundo cinturão requeriu poucos obstáculos anti-tanque. A maior concentração de defesas individuais foi agrupada ao redor das estradas, estradas de ferro e trens conduzidas de dentro das torres. O cinturão de Hünsruck conteve mais posições para artilharia pesada e possuiu mais bunkers de comando.
A terceira banda defensiva da Muralha Ocidental estava a 20 quilômetros mais ao leste e consistia de bunkers difundidos e sólidas posições existindo ao redor as instalações militares de Landstuhl e Ramstein. Esta faixa consistiu a última defesa antes de Kaiserslautern.
Ao contrário de sua custosa vizinha Francesa, a Linha Siegfried não foi uma contínua linha de fortes. Embora ela fosse projetada para prover apoio de fogo mútuo, havia também muitos buracos nas posições defensivas. Em 1939, somente 30 por cento das defesas planejadas foram completadas. Complicando mais ainda a conclusão foi a transferência da responsabilidade da Linha Siegfried do exército para o ministério das estradas. Muito da Linha Siegfried foi construído com tal pressa que muitos dos bunkers e casamatas foram impropriamente colocados. As unidades dos Corpos dos Trabalhadores do Nacional Socialismo construíram bunkers e armadilhas para tanques em locais abandonados. Maior consideração foi dada as áreas perto das estradas principais, onde elas proporcionavam fácil acesso. Numa excursão pelos fortes da fronteira em 1938, Hitler ficou impressionado pelo número de casamatas visíveis pontilhando as colinas. A verdade, porém, foi que dezenas de outros corredores naturais foram negligenciados em favor daqueles que poderiam ser vistos pelo alto-comando dos oficiais Nazistas.
Antes da invasão da Polônia, o exército Alemão tinha pouca dificuldade de fornecer soldados para a Linha Siegfried já que a defesa da fronteira ocidental da Alemanha foi uma prioridade durante a anexação da Áustria e Tchechoslovaquia por Hitler. As operações na Polônia, porém, requereriam um esforço substancial, e as unidades da fortaleza da Muralha Ocidental foram absorvidas em unidades regulares do exército. O buraco na Muralha Ocidental deixou a Brecha de Kaiserslautern virtualmente indefesa.
O exército Francês certamente tinha a força para se mover sobre o Kaiserslautern. Ao longo de toda fronteira Alemã, 85 divisões Francesas permaneciam contra 34 divisões Nazistas. Dessas divisões Alemãs, todas menos 11 eram unidades de reserva. A França, porém, estava desavisada do favorável balanço das forças. Além disso, a França geralmente estava desencorajando uma outra guerra Européia, e a moral do exército era a mais baixa de todos os tempos.
Os civis Franceses não estavam contentes com a perspectiva de outra guerra tão perto da França. A I Guerra Mundial tinha quase destruído uma geração inteira e irreparavelmente rompeu a sociedade Francesa. Havia também a questão da devastação que forjaria as cidades Francesas perto da zona de combate. O território Francês perto do Saar tinha estado virtualmente intocado até o fim da I Guerra Mundial porque a área fazia parte então da Alemanha e distante dos solos mortais de Verdun, Somme e Argonne. Como resultado, poucas das casas, fábricas, minas, estradas e pontes na região do Saar sofreram qualquer dano. Agora que a fronteira da França tinha se movido para o leste, parecia provável que esta área estava em uma posição a ser devastada pela guerra.
O dia em que o exército Francês marchou em direção à Alemanha, a Força Expedicionária Britânica (FEB) aportou na França. Embora os militares Britânicos não estivessem bastante prontos para combater a Wehrmacht, os líderes Britânicos estavam ansiosos por algum tipo de ação. Winston Churchill, então chefe do Almirantado Britânico, sugeriu colocar minas flutuantes abaixo do Rio Reno.
A França, porém, protestou que os Alemães retaliariam e dinamitariam as pontes do Rio Sena. Na câmara dos Comuns dos Britânicos havia igual hesitação em relação a conduta agressiva da guerra. Quando foi sugerido (pela França) que a Floresta Negra fosse bombardeada para criar incontroláveis incêndios na Alemanha, o Secretário de Estado Britânico para o Ar Sir Kingsley Wood protestou nos fundamentos que tais ataques seriam perpetrados contra as propriedades privadas. Adicionalmente, o Primeiro Ministro Francês Eduard Daladier pediu que a Força Aérea Real Britânica (RAF) abster-se de bombardear a Alemanha. Ele estava se tornando rapidamente um cavalheiro na guerra, com os Alemães operando com necessidades operacionais e a França mostrando timidez.
Ao contrário da produção em massa das máquinas da Luftwaffe, as aeronaves Francesas eram virtualmente montadas à mão e com poucos suprimentos, entretanto eles ainda eram formidáveis em mãos de experientes pilotos. A Força Aérea da França foi proibida de voar missões dentro da Alemanha apesar de suas capacidades. Tivessem os líderes militares Franceses percebido que a Luftwaffe estava completamente envolvida no oeste, o esforço aéreo Anglo-Françês poderia ter sido mais agressivo. No oeste, a Luftwaffe estava limitada à uns poucos antiquados caças, muitos dos quais eram biplanos. A maioria dos caças Messerschmitt Me-109 disponíveis estavam baseados no norte, protegendo a zona industrial do Ruhr e as instalações navais. A maioria das atividades aéreas durante o período, o qual veio se tornar conhecida como “Falsa Guerra,” foi conduzida pelos Alemães nas missões de reconhecimento aéreo.
Ao longo do que a maioria do Alto Comando Alemão viu como uma crise no Saar, Hitler surpreendentemente manteve uma atitude de “esperar e ver”. Geralmente aparecendo desinteressado com a atividade no oeste, Hitler estava realmente curioso com a conduta Francesa. Ele queria testar se a Linha Siegfried poderia resistir a um ataque total. Adicionalmente, no evento de um movimento Francês em direção ao Ruhr através de Luxemburgo ou da Bélgica, ele tinha um pouco de preocupação se um contra-ataque Alemão pelas forças que retornavam da Polônia poderia retirar os Franceses do solo Alemão. Com um pouco de felicidade, Hitler viu as incursões no Saar como provocação para as operações no oeste.
A curiosa atitude de Hitler para com os eventos foi evidenciada em 7 de Setembro, quando ele nomeou o General Kurt Freiherr von Hammerstein comandante do Destacamento A do Exército, uma força adicional para a defesa da Linha Siegfried. Ao selecionar Hammerstein, que foi retirado da aposentadoria e dando nenhuma autoridade real sobre suas forças, Hitler assegurou que ali não haveria nenhuma iniciativa Alemã nos setores ameaçados. Hitler acreditou que a França tinha atacado onde a Muralha Ocidental era mais defendida, e ele percebeu que a França tinha fracassado ao capturar uma principal cidade Alemã ou de combater com as unidades Alemãs apesar de seus avanços territoriais. A cidade mais ameaçada foi Saarbrücken, a dobradiça industrial do Saar, tanto que os moinhos e fábricas continuaram funcionando. Os únicos tiros dados em Saarbrücken foram feitos pelas lentes das câmera de telephoto nos postos avançados da Linha Maginot, nas colinas dominantes da cidade.
As suspeitas de Gamelin sobre a contínua inatividade Alemã aumentou crescentemente. Interpretando mal a falta de resposta, o general Francês dirigiu-se aos seus comandantes para manter distância da Linha Siegfried e planejar uma rápida retirada para as dominantes alturas de Spicheren na França. Politicamente foi também o caminho mais seguro. Um avanço adicional na Alemanha significaria abandonar a cara Linha Maginot.
Em 12 de Setembro a lenta ofensiva Francesa alcançou seu cume…uns oito quilômetros de penetração dentro da Alemanha. Foi cada vez mais aparente que os principais líderes dos elementos Franceses conseguiam pouco na Muralha Ocidental, eles avançaram o mais cuidadosamente possível . Em uma aldeia, uma simples metralhadora Alemã segurou o avanço Francês por mais de um dia. Com tal demora o avanço no Saar reduziu-se a uma confusa demonstração.
Os eventos no leste iniciaram a eventual retirada Francesa. Em 17 de Setembro o Exército Soviético invadiu a Polônia. Claramente, esta guerra Européia estava se transformando em uma guerra mundial. O Saar estava longe de um ponto focal, e a França planejou novos esquemas para derrotar os Alemães e os Russos em campos de batalha longe da França. Os governos Alemães e Soviéticos lançaram campanhas de paz em separado. A completa rejeição destas iniciativas de paz e uma escalada das hostilidades pelos Franceses aparentemente incitou a guerra mundial. Havia também o perigo de que os Italianos entrassem no conflito.
Gamelin comentou que a operação no Saar não foi mais que um “pequeno teste.” Com 35 divisões Polonesas despedaçadas somente em uma semana depois da invasão Alemã, os militares Franceses concluíram que era somente uma questão de tempo antes dos recursos serem desviados para o oeste. Gamelin emitiu a Instrução Pessoal secreta No. 4, ordenando suas forças a parar seu avanço.
Em 21 de Setembro Gamelin renunciou qualquer prospecto de continuar a ofensiva e ordenou que o exército Francês deveria se retirar para a Linha Maginot no evento de um contra-ataque Alemão. Nem todos comandantes Franceses concordaram com esta opinião. General Henri Giraud, comandante do Sétimo Exército, viu uma quase inacreditável oportunidade para as forças Francesas no Saar. Ele acreditava que um corpo de exército poderia ter tomado a área entre Saarbrücken e Trier. Como um só movimento não só causaria um embaraço para a Alemanha mas também seguraria o Corredor Metz para a França e abria avenidas para operações adicionais em direção ao Reno na direção de Koblenz ou Mannheim. Em qualquer caso, parecia possível que as forças Francesas alcançassem o Reno.
O alto comando Alemão reconheceu embaraçadamente a opinião de Hitler sobre a relutância Francesa. Quando o destino da Polônia estava selado, as tropas Alemãs estavam prontas para se lançar para o oeste. O General von Hammerstein foi removido de seu impotente comando sem cerimônia, e as guarnições da Muralha Ocidental descansaram.
O General Alemão Siegfried Westphal concordou que a situação no oeste era perigosa e calculou que os Franceses poderiam ter alcançado o Reno em duas semanas se eles tivessem tentado. O comando Francês temeu o contrário. A artilharia Alemã agora tinha o alcance dos elementos avançados da Linha Maginot, e os aviões de caça da Luftwaffe estavam retornando aos céus ocidentais. Os comandantes Franceses, com suas costas para Linha Maginot, obrigatoriamente se retiraram.
Em 30 de Setembro o exército Francês estava ordenando secretamente a retirada para sua pátria, o movimento foi iniciado à noite. A retirada foi tão lenta quanto tinha sido o avanço. Ela durou até 17 de Outubro quando a última força blindada Francesa partiu do território Alemão.
O primeiro Exército Alemão de Witzleben, reforçado por uma divisão de infantaria, lançou um ataque geral em 16 de Outubro que fez pouco mais que um rolo compressor com as poucas unidades Francesas da retaguarda. A contra-ofensiva durou até 24 de Outubro. O Primeiro Exército cruzou a França e assim se tornou a primeira força militar Alemã a fazer isto desde Agosto de 1914. Os Alemães continuaram seu incontestável avanço e ocuparam um pedaço do território Francês cinco meses antes de 10 de Maio de 1940, quando a blitzkrieg martelou o país. Um comunicado oficial Francês anunciou um ataque Alemão, com recentes relatórios de que o inimigo tinha sofrido pesadas perdas. Os alemães, de fato, listaram um total de 198 mortes naquela ação.
A oportunidade Francesa de 14 dias para obstruir o Terceiro Reich concluiu a única ofensiva Francesa da guerra e marcou o início da ”Falsa Guerra”. Pior, a inexplicável letargia Francesa no Saar condenou a França à derrota sete meses depois e garantiu quatro anos de ocupação Nazista.
— Kevin R. Austra (Tradução de Rodrigo Soares)